Para conseguir escrever com determinado estilo, a prática mais fácil e inteligente é imitar aqueles que já o fazem. Escolha um ou dois modelos cujos estilos sobressaem-se em relação ao estilo da maioria.
De modo geral, dê preferência aos clássicos, como Machado de Assis, que tão bem souberam fazer uso da Língua.
Pegue trechos dos quais mais gostou e reescreva-os na íntegra. Depois, releia-os diversas vezes para fixá-los bem na memória.
Com isso, você sentirá uma sensação de prazer — afinal, mesmo que aquela construção não lhe tenha saído da cabeça, ela lhe saiu das mãos.
Outro ponto, aliás o principal, é que a sua capacidade de internalizar os métodos de escrita utilizados pelo modelo torna-se muito maior, a ponto de começar a construir, seguindo a estrutura, frases por si mesmo.
Quando se chega a esse ponto, não há mais volta: você se apropria do estilo, adapta-o às suas circunstâncias e passa a escrever melhor.
Dois adendos, porém, precisam ser feitos.
O primeiro é que alguns podem considerar a imitação um sintoma de falta de originalidade. Eu lhes digo, porém, que esta nasce precisamente de uma imitação consciente de bons modelos. Portanto, não é preciso ter medo de “não ser original.”
O segundo é ressaltar que essa imitação não se trata de plágio. O objetivo é ser um exercício preparativo para escrever textos autorais, não a cópia de textos alheios para depois se dizer autor deles.